quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Passeio pelo Recife do tempo de Nabuco, de Eugênia Bezerra

Museu do Estado de Pernambuco abriu ontem exposição comemorativa ao centenário de morte do abolicionista que tem como pano de fundo a capital na época de sua atuação política.



Com material iconográfico, textos e objetos do século 19, a mostra O Recife de Joaquim Nabuco apresenta um recorte da vida do diplomata e abolicionista pernambucano, no centenário de sua morte. A exposição foi inaugurada ontem, às 19h, no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe).

"Nabuco teve uma relação muito próxima e amorosa com a cidade. Grandes momentos da vida dele foram aqui: a infância, a formação e quando começou a militar na causa do abolicionismo", diz a curadora Helena Severo, que atuou em outra mostra este ano, no então Instituto Culural Banco Real (hoje Santander Cultural)."Joaquim Nabuco: brasileiro, cidadão do mundo" trouxe ao Recife o documento da Lei Áurea, entre outros objetos. "São abordagens distintas. Aquela tratava a história da vida dele de maneira cronológica; já esta tem o viés da cidade como pano de fundo da atuação pública dele", informou a curadora.

Para construir esta representação, foram extraídos fragmentos da obra de Nabuco em que ele se refere ao Recife. Os textos são acompanhados das gravuras integrantes do acervo do Mepe e fotografias do acervo da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). As imagens revelam personagens e paisagens da época. O visitante poderá observar cenas cotidianas e até construções inexistentes. "A Ânsia de modernização urbana e a sanha reformadora que inaugurou o século 20 fizeram vir abaixo o Arco da Conceição e o Arco de Santo Antônio, eliminando o que se considerava obstáculo ao progresso, mas que eram também lugares de memória e de vivência de práticas coletivas", destaca Nabuco em um dos textos.



A mostra está organizada em quatro módulos no térreo do casarão onde viveu Augusto Frederico, filho do Barão de Beberibe. Nos três primeiros estão representadas a infância e a formação acadêmica, a campanha abolicionista e "a cidade nostálgica de sua maturidade". Em seguida, caminha-se em direção a uma área que remete a uma casa pernambucana. O público encontrará objetos que fazem parte do acervo do museue. Os móveis foram restaurados pela Sociedade Amigos do Mepe.

"A exposição está montada como se Nabuco estivesse nos convidando a ver o Recife que conheceu e modificou", resume o chefe de projetos especiais da Fundaj, Humberto França. De acordo com a diretora do Mepe, Margot Monteiro, ela mostra a importância da consciência sobre o valor do nosso patrimônio. Outro evento celebra a história do abolicionista. Quinta e sexta, na Fundaj, acontece o Seminário Joaquim Nabuco e a nossa formação. Participam, entre outros conferencistas, os senadores Cristovam Buarque e Marco Maciel e o representante do Itamaraty, Alberto da Costa e Silva.

O RECIFE DE JOAQUIM NABUCO - ATÉ 17.10
LOCAL: MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO (MEPE)
VISITAÇÃO: DE TERÇA A SEXTA-FEIRA, DAS 9H ÀS 17H,
SÁBADOS E DOMINGOS, DAS 14H ÀS 17H.
ENDEREÇO: AVENIDA RUI BARBOSA, 960, GRAÇAS.
FONE: 3184.3070

Eugênia Bezerra: ebezerra@jc.com.br

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