Museu do Estado de Pernambuco abriu ontem exposição comemorativa ao centenário de morte do abolicionista que tem como pano de fundo a capital na época de sua atuação política.
Com material iconográfico, textos e objetos do século 19, a mostra O Recife de Joaquim Nabuco apresenta um recorte da vida do diplomata e abolicionista pernambucano, no centenário de sua morte. A exposição foi inaugurada ontem, às 19h, no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe).
"Nabuco teve uma relação muito próxima e amorosa com a cidade. Grandes momentos da vida dele foram aqui: a infância, a formação e quando começou a militar na causa do abolicionismo", diz a curadora Helena Severo, que atuou em outra mostra este ano, no então Instituto Culural Banco Real (hoje Santander Cultural)."Joaquim Nabuco: brasileiro, cidadão do mundo" trouxe ao Recife o documento da Lei Áurea, entre outros objetos. "São abordagens distintas. Aquela tratava a história da vida dele de maneira cronológica; já esta tem o viés da cidade como pano de fundo da atuação pública dele", informou a curadora.
Para construir esta representação, foram extraídos fragmentos da obra de Nabuco em que ele se refere ao Recife. Os textos são acompanhados das gravuras integrantes do acervo do Mepe e fotografias do acervo da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). As imagens revelam personagens e paisagens da época. O visitante poderá observar cenas cotidianas e até construções inexistentes. "A Ânsia de modernização urbana e a sanha reformadora que inaugurou o século 20 fizeram vir abaixo o Arco da Conceição e o Arco de Santo Antônio, eliminando o que se considerava obstáculo ao progresso, mas que eram também lugares de memória e de vivência de práticas coletivas", destaca Nabuco em um dos textos.
A mostra está organizada em quatro módulos no térreo do casarão onde viveu Augusto Frederico, filho do Barão de Beberibe. Nos três primeiros estão representadas a infância e a formação acadêmica, a campanha abolicionista e "a cidade nostálgica de sua maturidade". Em seguida, caminha-se em direção a uma área que remete a uma casa pernambucana. O público encontrará objetos que fazem parte do acervo do museue. Os móveis foram restaurados pela Sociedade Amigos do Mepe.
"A exposição está montada como se Nabuco estivesse nos convidando a ver o Recife que conheceu e modificou", resume o chefe de projetos especiais da Fundaj, Humberto França. De acordo com a diretora do Mepe, Margot Monteiro, ela mostra a importância da consciência sobre o valor do nosso patrimônio. Outro evento celebra a história do abolicionista. Quinta e sexta, na Fundaj, acontece o Seminário Joaquim Nabuco e a nossa formação. Participam, entre outros conferencistas, os senadores Cristovam Buarque e Marco Maciel e o representante do Itamaraty, Alberto da Costa e Silva.
O RECIFE DE JOAQUIM NABUCO - ATÉ 17.10
LOCAL: MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO (MEPE)
VISITAÇÃO: DE TERÇA A SEXTA-FEIRA, DAS 9H ÀS 17H,
SÁBADOS E DOMINGOS, DAS 14H ÀS 17H.
ENDEREÇO: AVENIDA RUI BARBOSA, 960, GRAÇAS.
FONE: 3184.3070
Eugênia Bezerra: ebezerra@jc.com.br
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