segunda-feira, 8 de novembro de 2010

As Meninas, de Velázquez

Obra-prima do pintor Velázquez provoca admiração e dúvidas mais de 350 anos depois, de Sérgio Miranda



Diego Velázquez tinha acabado de fazer 57 anos quando, em 1656, deu por concluída mais uma encomenda dos reis da Espanha. Principal artista da corte de Filipe IV, Velázquez ficou satisfeito com As Meninas, tela que se tornaria sua obra-prima. Exposto no Museu do Prado, em Madri, o quadro, de 3,18m por 2,76m, foi chamado assim porque "menina" era um jeito de se referir às aias, damas de companhia da família real. Na tela, Margarida Teresa, de 5 anos, filha de Filipe IV, aparece entre duas delas. Além das três, outras oito personagens estão representados. E a aura de mistério do quadro envolve as explicações sobre quem são essas pessoas, a disposição de todos na cena e a presença do próprio pintor na tela. Mas, afinal, o que Velázquez está pintando?

Duas teorias principais respondem a essa pergunta. A mais difundida delas defende que Velázquez está retratando os reis, que estariam no mesmo lugar do observador do quadro e aparecem refletidos em um espelho ao fundo. Os demais estariam no mesmo lugar do observador do quadro e aparecem refletidos em um espelho ao fundo. Os demais estariam ali entretendo os dois. Outros dizem que ele está pintando a pequena infanta. Mas como isso seria possível se o artista está atrás dela? A explicação estaria em outro espelho, posicionado na frente de todos e que teria permitido ao pintor ver o reflexo das meninas e o seu próprio. O casal real estaria ali para assistir à filha. Independentemente de qual teoria vale, uma coisa é certa: a obra entrou para a história como um elogio à arte do retrato e ao papel do artista.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mais de 70% do desmatamento amazônico vira lixo

De cada dez árvores derrubadas na região amazônica, sete vão para a lata do lixo



Nada de móveis, portas ou cabos de vassouras. De acordo com estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), de cada 10 árvores derrubadas na área, sete são, simplesmente, descartadas como resíduos. Ou seja, a grande maioria é jogada na lata de lixo.

O principal problema é o processamento da madeira. Feito praticamente de forma artesanal e com baixa tecnologia, apenas 30% das toras é aproveitado. Essa fatia representa a parte mais nobre da árvore para os devastadores.

O resto, na forma de serragem e de sobras, é descartado. A desorganização dessa exploração afeta, principalmente, as comunidades ribeirinhas. Afinal, alguns núcleos de exploração incrustados na floresta sobrevivem do processamento de madeira.

Nessas comunidades, todo resíduo é despejado nos rios. Segundo a engenheira agrônoma do INPA, Rosana Costa, na água, a serragem pode fermentar e soltar os produtos químicos que foram passados nos troncos. “Isso causa a morte do rio, como aconteceu no rio Trairão”, alertou.