Antes de ontem
se importava em manter as dores
debaixo do tapete
nos dias de número par
varria solidões
temperava saudades
e quando em vez
descongelava a cama
mas era no fogão
de acendedor
automático
onde requentava
cotidianamente
pedaços de filmes
pitadas de livros
conchas de espetáculos
ao som do renitente
ban-do-ne-on
de astor piazzola
chegado o dia
de número impar
banhou-se
vestiu-se
conferiu o calendário
e sentenciou:
parto de bagagem rápida
antes que o altar doméstico
destrua
a possibilidade da última
metáfora
Dione Barreto é poeta paraibana
terça-feira, 19 de julho de 2011
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