quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Guqin, refino para a classe erudita chinesa
Quando a China reunificada sob o domínio da dinastia Song (960-1279), a influência de administradores civis bem-educados foi estimulada. A impressão melhorou com a invenção dos tipos móveis em 1040, o que ajudou na produção e na divulgação de textos.
A erudição era muito admirada entre as camadas mais altas da sociedade e o povo, e o mecenato e as artes floresceram, mas nem sempre por altruísmo. Imperadores e oficiais, sempre preocupados com as ameaças do norte, ansiavam por encomendar obras que retratassem precedentes antigos que justificassem sua autoridade.
Imperadores como Huizong (1100-1126) se orgulhavam de seus talentos como calígrafo, músico ou pintor, e algumas das obras por eles criadas sobreviveram. Na pintura em seda de Huizong intitulada Ouvindo Qin, o imperador toca guqin, um instrumento musical de sete cordas.
Apreciar a música do qin em meio a uma bela paisagem era considerada uma atividade apropriadamente refinada para a classe governante erudita da dinastia Song, e o interesse pelo qin continua a ter uma importância social na China de hoje.
sábado, 8 de outubro de 2011
A louca, de Augusto dos Anjos (1884-1914)
A Dias Paredes
Quando ela passa: - a veste
desgrenhada,
O cabelo revolto em desalinho,
No seu olhar feroz eu adivinho
O mistério da dor que a traz
penada.
Moça, tão moça e já
desventurada;
Da desdita ferida pelo espinho,
Vai morta em vida assim pelo
caminho,
No sudário de mágoa sepultada.
Eu sei a sua história. – Em seu
passado
Houve um drama d’amor
misterioso
- O segredo d’um peito
torturado –
E hoje, para guardar a mágoa
oculta,
Canta, soluça – coração
saudoso,
Chora, garganta, a desgraçada
estulta.
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