sexta-feira, 21 de maio de 2010

Vem aí a festa dos Caranguejos Antenados!


A primeira edição da Festa dos Caranguejos Antenados já tem data e hora marcadas. No dia 12 do mês de junho (sábado), na data dos namorados, A Praça, Caapora, Homem do Mato e 3 Xícaras, vão contagiar o público “antenado” na Edição Eros. O evento será realizado na sede do Partido Social Cristão (PSC), nº 1206, localizado na Avenida Mário Melo, ao lado do Supermercado RM Express e de frente ao Hospital Oswaldo Cruz e do Restaurante Yô-Yô, das 10h às 22h.

Na ocasião, o público poderá conferir o repertório instigante da Estação Caranguejo Antenado, composta de obras clássicas do jazz, blues, jazz performers, instrumental, big bands, bossa nova, MPB, samba de raiz, rock, rock steady, reggae, ska, surf music, experimental, regional e novas tendências.

Os ingressos custam R$ 20 mais um quilo de alimento não-perecível e podem ser adquiridos através dos telefones 8816.0443 (Carol) ou 8870.3480 (Neto). O evento disponibilizará 50 grades de cerveja (estupidamente gelada), além de contar com bar e praça da alimentação. Todo o espaço receberá decoração estilizada e o evento será registrado através de fotos e vídeos.

No dia do evento, a organização lembra que é de vital importância a entrega do quilo de alimento não-perecível na portaria do espaço, pois a assistência social para quem necessita é a atitude mais positiva desta celebração. Toda doação será destinada a entidade filantrópica ainda a ser definida.

Curta A minha alma é irmã de Deus, por Rafaela Torres Galindo.



Baseado no romance homônimo de Raimundo Carrero, o curta-metragem A Minha Alma é Irmã de Deus, com direção de Luci Alcântara, conta a história da jovem e solitária Camila (Luísa Lobo) que, após assistir a um culto religioso da seita dos “Soldados da Pátria por Cristo”, cria o desejo obsessivo de tornar-se santa. O filme é, antes de tudo, uma crítica à religiosidade, uma vez que, a protagonista obcecada pelo seu desejo beira à própria loucura. Além da não-apreciação religiosa, o filme satiriza com o conceito de desejo, mostrando-o decadente, reverberando o poder que ele tem de deteriorar enigmaticamente a sociedade, pelo desassossego político e social.

Essas características se mostram claramente na primeira cena, quando Camila pede ao mecânico Ary (Roger de Renor) que seja “estuprada”, ensaiando uma espécie de competição sexual com a namorada do mecânico, Paloma (Laís Vieira). Numa obra carregada de dramaticidade e poesia, a história trata também da multiplicidade personalística vivida por Camila, que quando quer ser “de luxo e luxúria é Ísis, quando que ser meiga e santa é Mariana e quando quer ser prostituta é Raquel”. Saturado de simbologia, misticismo e superstição, a diretora Luci Alcântara conseguiu resumir bem a obra (de pouco mais de 300 páginas) em 20 minutos, num curta-metragem descrito por ela mesma como nonsense e surrealista.

Se fosse para definir os personagens em poucas palavras, os descreveria como sendo o retrato (surreal) da sociedade louca e pervertida pelos valores morais impostos pela Igreja, que acaba por influenciar no desenvolvimento do caráter humano, subjugando os indivíduos e criando uma espécie de “culpa social” por causa da busca do lugar ao céu. Afinal, para se chegar ao “céu” tem de ser “puro e santo”, tendo até mesmo que transcender aos desejos mais sórdidos e primitivos que habitam o ser humano (nesse caso Camila), onde só sua alma é irmã de Deus. A carne não

domingo, 16 de maio de 2010

Documentarista Jean Rouch ganha mostra, de Ernesto Barros

Durante nove dias, o Cinema da Fundação e a Sala João Cardoso Ayres sediam a maior retrospectiva da obra do cineasta e antropólogo francês já exibida no Recife.



O cineasta-antropólogo francês, Jean Rouch, falecido em 2004, não é totalmente desconhecido do público recifense. Há três anos, algumas obras-primas de sua vasta filmografia fora la pièce de résistance do IV Panorama Recife de Documentários, realizado pela Prefeitura do Recife. Porém, em termos de grandiosidade, nada supera a Mostra Jean Rouch, de 14/05 (sexta-feira) até o dia 23/05 (domingo), no Cinema da Fundação e na Sala João Cardoso Ayres, no Derby, com entrada gratuita para o público.

Esta é a versão itinerante da grande retrospectiva exibida em algumas capitais brasileiras em 2009, sendo um dos principais eventos do Ano da França no Brasil. Com o mesmo curador à frente, o filósofo e ensaísta mineiro, Mateus Araújo Silva, a Mostra Jean Rouch traz um conjunto de 37 filmes, divididos em 17 programas, que reúne os momentos mais sublimes e mais fortes do cineasta, entre eles clássicos do cinema verdade - verité - como Eu, um negro, Crônica de um Verão, Os Mestres Loucos, Jaguar e A Caça ao Leão com Arco, entre outros.

Além dos filmes, a mostra conta com uma série de palestras e debates sobre a obra de Jean Rouch, com a participação do curador, professores da UFPE, entre eles, Paulo Cunha, Renato Athias, Laécio Ricardo e Camilo Soares, além dos cineastas, Vincent Carelli, Marcelo Pedroso e Gabriel Mascaro. Confira logo abaixo a programação deste domingo da Mostra Jean Rouch. Todos os dias postaremos a programação do evento.

Ernesto Barros: ebarros@jc.com.br

Endereço:

Cinema da Fundação e Sala João Cardoso Ayres
Rua Henrique Dias, 609 - Derby. Fone: 3073.6688

sábado, 15 de maio de 2010

Programação da Mostra Jean Rouch


18/05 – Terça-feira

Sala João Cardoso Ayres

14h30

- O Ciclo dos Ritos de Yenendi, entre os Songhay do Níger (1951 e 1967-68) 75'

- Yenendi, les Hommes qui font la pluie (Níger, 1951) 28'

- Yenendi de Boukoki (Níger, 1967-73) 10'

- Yenendi de Ganghel - le village foudroyé (Níger, 1968) 37'

Sala João Cardoso Ayres

16h

- Mesa: Jean Rouch, Antropólogo Visual

Sala João Cardoso Ayres

18h30

- O Grande Ciclo dos Ritos do Sigui, entre os Dogon do Mali (1967-1974) 140'

- Sigui Synthesé (Mali, 1967-1981) 140'

Uma dose de superego, contra duas de amnésia, Por Rafaela Galindo


O reajuste de 7,71% para os aposentados e o fim do fator previdenciário, criado no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) - com o intuito de reduzir o custo dos benefícios para quem se aposenta mais cedo- repercutiu mal para o presidente Lula que afirmou que o reajuste significaria um “rombo” para as contas da Previdência. Talvez, ele se livre da responsabilidade do veto, pois o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), disse que o texto, aprovado na Câmara, teria que passar por algumas correções. Somente em ocasiões como esta, vemos o presidente Lula se pronunciar de prontidão, já certo claro, que o veto não implicaria em dificuldades para eleger sua sucessora, a presidenciável Dilma Rousseff.

O ego do presidente tá lá nas alturas, na semana passada, ele até comentou que Dilma (PT) ainda não ultrapassou Serra (PSDB), porque ele ainda “não havia começado a pedir votos”. Uma situação como esta, também, não deve significar muita coisa para o presidente, que coleciona honrarias em sua carreira administrativa... Na semana passada, por exemplo, o Lula foi indicado para receber o prêmio de Campeão do Mundo na Batalha contra Fome, entregue pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), ligado à ONU. O Lula tá feito, essa é a realidade.

O Lula implantou uma nova era, instalou o Lulismo, disseminou o seu eufemismo que cai muito bem aos ouvidos do populacho... Hoje, ele consegue arrancar risos e gracejos mundo à fora, uma espécie de “ditabranda”- nomenclatura mal empregada por um colunista da Folha de São Paulo que, anos atrás, repercutiu mau para o jornal- na qual, o presidente resolve “tudo” distribuindo pão e circo para os que se deleitam sobre o leito do trabalhador, e nesse caso o aposentado, brasileiro.

É difícil, mas parece que faço parte de uma pequena parcela da população que acredita que o Brasil não precisa de oligarquias, de nepotismo, de alianças... Todos sabem que o Brasil, sempre foi o Brasil dos “arrumadinhos” políticos, todos aconchegados debaixo das asas do sistema judiciário caduco, paralítico, vegetal que vai entocando tudo na fortaleza das corrupções. Trabalhadores e aposentados podem ir se acostumando, porque o nosso País ta sendo acostumado a viver de políticas assistencialistas emergenciais, como o Bolsa Família.

Ora essa! Os brasileiros precisam ser mais ambiciosos, precisamos fazer prevalecer medidas que nos beneficiem num efeito prolongado, talvez, precisemos mesmo é nos reinventar. Isso mesmo! Ser mais patriotas, porque o que parece às vezes é que estamos enfiados dentro de uma cápsula, com a síndrome dos vira-latas que lambe suculentamente as migalhas deixadas pelos governantes malcriados que dizem e desdizem. Vamos utilizar o ego do presidente como exemplo, quem sabe se cada um não fizer isso, o Brasil não vai- de fato- para frente?