sábado, 15 de maio de 2010

Uma dose de superego, contra duas de amnésia, Por Rafaela Galindo


O reajuste de 7,71% para os aposentados e o fim do fator previdenciário, criado no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) - com o intuito de reduzir o custo dos benefícios para quem se aposenta mais cedo- repercutiu mal para o presidente Lula que afirmou que o reajuste significaria um “rombo” para as contas da Previdência. Talvez, ele se livre da responsabilidade do veto, pois o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), disse que o texto, aprovado na Câmara, teria que passar por algumas correções. Somente em ocasiões como esta, vemos o presidente Lula se pronunciar de prontidão, já certo claro, que o veto não implicaria em dificuldades para eleger sua sucessora, a presidenciável Dilma Rousseff.

O ego do presidente tá lá nas alturas, na semana passada, ele até comentou que Dilma (PT) ainda não ultrapassou Serra (PSDB), porque ele ainda “não havia começado a pedir votos”. Uma situação como esta, também, não deve significar muita coisa para o presidente, que coleciona honrarias em sua carreira administrativa... Na semana passada, por exemplo, o Lula foi indicado para receber o prêmio de Campeão do Mundo na Batalha contra Fome, entregue pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), ligado à ONU. O Lula tá feito, essa é a realidade.

O Lula implantou uma nova era, instalou o Lulismo, disseminou o seu eufemismo que cai muito bem aos ouvidos do populacho... Hoje, ele consegue arrancar risos e gracejos mundo à fora, uma espécie de “ditabranda”- nomenclatura mal empregada por um colunista da Folha de São Paulo que, anos atrás, repercutiu mau para o jornal- na qual, o presidente resolve “tudo” distribuindo pão e circo para os que se deleitam sobre o leito do trabalhador, e nesse caso o aposentado, brasileiro.

É difícil, mas parece que faço parte de uma pequena parcela da população que acredita que o Brasil não precisa de oligarquias, de nepotismo, de alianças... Todos sabem que o Brasil, sempre foi o Brasil dos “arrumadinhos” políticos, todos aconchegados debaixo das asas do sistema judiciário caduco, paralítico, vegetal que vai entocando tudo na fortaleza das corrupções. Trabalhadores e aposentados podem ir se acostumando, porque o nosso País ta sendo acostumado a viver de políticas assistencialistas emergenciais, como o Bolsa Família.

Ora essa! Os brasileiros precisam ser mais ambiciosos, precisamos fazer prevalecer medidas que nos beneficiem num efeito prolongado, talvez, precisemos mesmo é nos reinventar. Isso mesmo! Ser mais patriotas, porque o que parece às vezes é que estamos enfiados dentro de uma cápsula, com a síndrome dos vira-latas que lambe suculentamente as migalhas deixadas pelos governantes malcriados que dizem e desdizem. Vamos utilizar o ego do presidente como exemplo, quem sabe se cada um não fizer isso, o Brasil não vai- de fato- para frente?

Nenhum comentário: