O protesto do poeta popular Miró contra a violência está em uma grafitagem nos imóveis do Cais José Estelita. Como reforço da campanha em favor do desarmamento, que sugere a entrega espontânea de armas, um apelo ainda muito pouco ouvido.
Eis aqui Caio Rodrigues, chamado o Caranguejo Antenado. Anda sobre duas pernas, usa roupas e é um homem, mas não obstante é também um caranguejo antenado. Aprendeu uma boa parte de tudo quanto as pessoas de bom entendimento podem aprender, e é bastante ponderado. O que ainda nao aprendeu, entretanto, é o seguinte: estar contente consigo e com sua própria vida. É incapaz disso, daí ser um homem descontente. Isso provêm, decerto, do fato de que, no fundo de seu coração, sabe sempre (ou julga saber) que não é realmente um homem e sim um caranguejo antenado. As pessoas argutas poderão discutir a propósito de ser ele realmente um caranguejo, de ter sido transformado, talvez antes do nascimento, de caranguejo em ser humano, ou de ter nascido homem, porém dotado de alma de caranguejo ou por ela dominado; ou, finalmente, indagar se essa crença de que ele é um caranguejo não passe de um produto de sua imaginação ou de um estado patológico.
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